Proposta

Lei pretende garantir política estadual de cuidados paliativos

Projeto lançado em Pelotas tem a cidade como referência para estabelecer rede de atendimento precoce a pacientes

Jô Folha -

“Quando entrei aqui pela primeira vez me senti em casa. É um lugar diferente de tudo pelo qual já tinha passado.” O relato é da escritora e artista visual Janete Flores, 51, mas representa o pensamento de mais de 300 pessoas que encontram na Unidade Cuidativa da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) atenção e motivação para enfrentar suas doenças. Após dois anos percorrendo clínicas e hospitais atrás de um diagnóstico para as dores, há nove meses ela teve a confirmação de esclerose lateral amiotrófica. E garante: o trabalho realizado no ambulatório, dentro do prédio da antiga Laneira, deveria ser replicado em todos os lugares.

Embora a rede de cuidados paliativos tenha iniciado em 2005 e de lá para cá se transformado em referência nacional, ainda é um raro caso desse tipo de serviço no Estado. E atualmente enfrenta obstáculos até mesmo dentro da própria UFPel para manutenção de algumas atividades. Por isso, foi lançada nesta quinta-feira no auditório do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) uma frente parlamentar em defesa dos cuidados paliativos e, ainda, apresentado o projeto de lei 222/2017.

De autoria da deputada estadual Stela Farias (PT), a proposta iniciou tramitação nas comissões temáticas da Assembleia Legislativa e pretende fazer com que o Rio Grande do Sul se torne o primeiro estado do país a contar com uma política de cuidados especiais a pacientes com doenças ameaçadoras à vida, como as neurodegenerativas, câncer e cardiopatias. “É uma forma de fazer com que haja sensibilização sobre a necessidade de um programa que auxilie pessoas com estas doenças e que muitas vezes não têm respostas no sistema de saúde”, explica a deputada.

Médica paliativista e coordenadora da Unidade de Cuidados Paliativos da UFPel, Julieta Fripp acredita que tanto o projeto de lei quanto a mobilização da frente parlamentar em busca de recursos e melhor estrutura podem alertar gestores e a população para a importância de oferecer qualidade de vida a estes pacientes. “É um tratamento que vai muito além do pontual, do foco na doença”, explica.

Programação intensa
Como forma de envolver e integrar ainda mais a comunidade, durante esta semana são realizadas atividades relacionadas aos serviços. Nesta sexta-feira, a partir das 8h, na Unidade Cuidativa no prédio da antiga Laneira (avenida Duque de Caxias, 104) serão realizadas oficinas abertas a cuidadores e familiares de doentes, com esclarecimentos sobre aspectos físicos, psicossociais e espirituais. No sábado os pacientes farão um passeio por museus da colônia e no domingo à tarde a programação se encerra com mateada em frente à Laneira.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Os danos do temporal Anterior

Os danos do temporal

Próximo

Período de pré-inscrições para o Vestibular do IFSul começa nesta sexta-feira

Deixe seu comentário